"É o problema do amor: nunca conseguimos alcançar o outro. Damo-nos mais com as pessoas com quem nos escapa sempre alguma coisa."
Manuel António Pina em entrevista ao iOnline, 18/2/2012
Se nunca houver imprevisibilidade nas pessoas com quem nos damos, deixa de haver um propósito em estar junto. O amor é a surpresa das coisas a cada dia que passa. Gosto de pensar que é a surpresa das coisas boas. Mas na vida as coisas não são como a roda dos alimentos, em que o que é carne é carne e o que é peixe é peixe. Pão, pão. Queijo, queijo. E, por isso, o amor traz quase sempre consigo a inevitável surpresa das coisas más e a insegurança perpétua de nunca alcançar o outro. De não reconhecer. De não compreender. De chegar ao fim do dia e aterrar de cabeça na conclusão de que pode não ter feito sentido. O amor é uma festa surpresa. De vez em quando, corre bem.
Foto licenciada em Creative Commons por W Mustafeez |
2 comentários:
e quando não é uma festa surpresa mais parece um funeral :/
São aquelas que correm mal...
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