terça-feira, 4 de setembro de 2012

#17

"O amor não é bricolage, pá."

Como se desse para montar e desmontar, qual móvel do IKEA. É verdade que se constrói. Mas se vamos por esse caminho, também podemos fazer a analogia com a jardinagem. Afinal, o amor também se cultiva, rega, poda, essas coisas todas. Sem verdades absolutas, o amor é tipo a Anatomia de Grey, onde nunca há pares ou camas certas. Ou o novo cartaz de publicidade ao Sumol Limão, que sabe ao que nós quisermos. Por isso é que nunca sabemos defini-lo: depende de nós e dos outros. O sentimento, as declarações e as soluções mudam como as colecções de uma qualquer loja de roupa num centro comercial. Sim ou não. Felicidade ou desgosto. O amor é a dicotomia de cada existência resumida num instante: festa, ressaca, descanso. A sucessão de (quase) tudo o que quisermos ou nos dispusermos passar. Sendo o que preferirmos, vejo-o como um cubo de Rubik. Queremos desesperadamente completar cada lado, mas as 43.252.003.274.489.856.000 possibilidades jogam sempre contra nós e a teoria do caos refastela-se alegremente pelos nossos dias. Por enquanto, é continuar a girar.

Fotografia licenciada em Creative Commons por Toni Blay

2 comentários:

T. disse...

yap. "continuar a girar." :)

Unknown disse...

...tal e qual como a vida... é sempre continuar a girar...