Havia sempre o peso do Outono e do Inverno. Quando a chuva chegava, os sonhos diluíam-se no cheiro da cidade molhada, mesmo que a vida sorrisse, e sabia que o Natal era já ali. Assim que o cimento e o alcatrão deixavam de ver o sol, não havia amor que conseguisse arrastar a melancolia para longe do meu quarto. Mas este ano parece que o Inverno ainda não aterrou por aqui. Mesmo quando são cinzentas, as nuvens nunca pesam mais do que algodão. Compro uma dúzia de castanhas bem assadas e volto a saltar nas poças sem medo de sujar a roupa. E o Natal continua a ser ali.
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