"Quando te apressas
E me confessas
Que está na hora,
Eu não te digo
Que é um castigo
Ver-te ir embora.
Finjo que a dor
Que sei de cor
Pouco me importa.
Mas, mal me deixas,
Sinto que fechas
Para sempre a porta.
Vem, não te atrases.
O que fazes
Sem mim, a esta hora?
Volta para os meus braços,
Eu já esperei demais.
Vem, não te atrases,
Eu perdoo-te a demora.
Se morares nos meus abraços
E nunca mais me deixares.
Quando tu partes,
Faltam-me as artes
Para te prender.
Mas, se não estás,
Não sou capaz
De adormecer.
Acendo estrelas
Pelas janelas
Da casa fria.
Mas, se não chegas,
Sinto-me às cegas
Até ser dia..."
Carlos do Carmo
(poema de Maria do Rosário Pedreira)
2 comentários:
A arrogância de que falaste existe nele e é um nojo. E é bom ir lembrando isso quando ele ainda está por cá porque, para certas pessoas, a morte tudo perdoa e esquece! Mas isso é a dimensão do homem, depois temos o fadista e não há como não ficar deslumbrado. Em Carlos do Carmo gosto sobretudo da rebeldia que o faz, por exemplo, cantar fado com o contrabaixo do grande Carlos Bica!
[pk és um bocado como as ondas do mar, vais e vens..vens e vais...apesar de nunca partires]
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