quarta-feira, 11 de abril de 2012

Dos números e dos dias

Não sou supersticiosa. Não tenho medo de partir espelhos, de passar debaixo de escadas, de pousar a mala no chão. Não acredito em coisas astrológicas, numerológicas ou outras tantas "lógicas"que nos tentam desencaminhar aqui e ali, mas que de razão têm muito pouco. O meu calcanhar de Aquiles é o calendário. As datas. Os números e os meses (não tanto os anos, pelo menos para já, que só conto vinte e três).

Tenho uma cena com os dias 11. Janeiro, Abril, Outubro. Não sei bem se os planetas estavam alinhados nos anos em que os acontecimentos cósmicos se debruçaram sobre os meus dias, mas gosto de acreditar que sim. Nasci duas vezes no dia 11. Cheguei ao mundo quando fazia frio e ganhei uma família 4 anos depois, no mês 4. 4x4. No ano em que achava que podia ser todo-o-terreno (16 redondos anos sobre disso) ganhei uma casa nova e as expectativas de uma vida a dois ficara dobradas ao meio. Em 2007, deixei de gostar do dias 11. Sobretudo do dia 11 de Abril, esse que me tinha dado e tirado a mesma família (quem dá e tira é ladrão). A tirania dos uns (esticados, aprumados e engomados) instalou-se e eu deixei-a estar. O 11/4 desceu ao estatuto de um dia normal e assim ficou até hoje. Na verdade, nunca é um dia normal.

A missão Apollo 13 descolou da Terra no dia 11 de Abril de 1970. O prenúncio nunca foi bom.

Fotografia licenciada em Creative Commons por Leo Reynolds

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