Há dias de ternura e desassossego. São os dias em que as fotografias ficam espalhadas pelo chão da casa, sem ninguém que as apanhe. E os livros, meio abertos, estão perdidos em cima da mesa e da cama. Estou de olhos fechados, mas consigo vê-los através da escuridão. As páginas vão passando, uma a uma, de um lado para o outro, à procura de alguém que tenha a decência de ler o que lá foi escrito. Hoje não me apetece fazer-lhes a vontade. Para lá do silêncio que se instalou por aqui, há um barulho que não me deixa existir acordada. Continuo de olhos fechados, com cuidado, para não tropeçar em nada. Devagar, devagarinho, chego ao pé da janela. Está aberta para que a noite possa entrar como deve ser: de mãos dadas com a lua. - Faça o favor de entrar.
E ela entra despreocupada. Trouxe a lua, o céu e as estrelas. Talvez um pouco mais até, mas ainda não vejo para lá das pálpebras cerradas. Uma mão sobre a minha.
Suspiro.
Abraço.
Beijo.
Sorriso.
Ao longe, consigo ouvir uma onda a rebentar. Consigo ver.
O sol nasceu e deixou-me na praia. Bom dia.
5 comentários:
Este blog só peca por tardio ;P
Gosto de ver este teu acordar :) *
=) bonito
ora viva como está? :P
Gosto tanto, tanto..:)
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