quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Fundamentalismos Cívicos #3

Sobre isto.

São dias tristes. Reestruturar um jornal como o Público devia significar a uma aposta forte em mais conteúdos multimédia, sim (até porque um bom meio de comunicação online não deve viver só do texto com uma fotografia ao lado), mas também em jornalismo de investigação e jornalismo especializado. Reestruturar devia ser sinónimo de melhorar.
Infelizmente, em Portugal, os verbos já quase nunca significam o que é suposto e as "reestruturações" de hoje em dia são, na verdade, devastações industriais onde os senhores do dinheiro ditam os serviços que cada um precisa/gosta/adquire. Eu precisava e gostava do Público como ele sempre foi: impresso. Não o comprava todos os dias, confesso, mas gostava de o fazer sempre que podia e/ou me interessava.
Mais uma vez, um obrigada aos grandes grupos económicos nacionais por nos tirarem o pouco que resta da pluralidade de imprensa e do acesso à informação. E, claro, por utilizarem o seu poder de investimento em destruir as partes boas da nossa sociedade em vez de melhorá-las.
Aos 48 colaboradores do Público a quem calhou o verbo "despejar", espero que um dia deixemos todos de ser um número.

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