Nos meus últimos dias de Lisboa, apaixonei-me pelo Fado. O rio cantou-me de mansinho e eu deixei que se instalasse, por meio de ruas sujas e estreitas encosta acima, por entre conversas de olhos abertos para a multidão. No ínicio, eram só pedaços de poemas, frases escritas com uma guitarra que eu não sabia ler. Mas as melodias escorregaram em mim, como se só aquela poesia fosse verdade. As vozes tremidas que se ouvem de Alfama à Mouraria transpiram de saudade. Que dentro do Fado cabe só a cidade que deixei à minha espera, sempre cheia de sonhos e esperança suada.
2 comentários:
Tens que ouvir a Carminho, mais uma da fornada de fadistas giras, mas realmente cheia de fado para cantar...
Já ouvi a Carminho, já a conhecia de uma participação que ela fez no filme «Fados» do Carlos Saura, e ainda não me apaixonou... Mas eu às vezes levo algum tempo para me apaixonar pelas vozes... =P
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