quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Contar peixinhos...

Sento-me hoje à beira do mesmo rio. Sim, aquele onde nos sentámos durante anos a fio, de mãos dadas, a sorrir e contar peixinhos. Mas isso foi quando o tempo corria à nossa frente, verões antes de ficares doente. Agora, o tempo rasteja à minha volta. Olho para a água e continua parada, à espera que o vento sopre.
Estou velha, meu amor. As mãos tremem-me e o cabelo branco pesa quase tanto com a idade que carrego. Gostava de respirar e conseguir sentir a frescura deste campo. Mas agora já quase nem isso consigo imaginar. Para tudo o que olho encontro uma memória de ti. Tudo o que passa por mim traz uma fotografia tua consigo, um retalho do passado que deixámos atrás de nós.

2 comentários:

Pijaminha disse...

"Tudo o que passa por mim traz uma fotografia tua consigo, um retalho do passado que deixámos atrás de nós."

Tudo mesmo.
É terrível.

Dr. Baco! disse...

"Oh oh oh oh oh oh, You don't have to go oh oh oh oh oh
You don't have to go oh oh oh oh oh, you don't have to go.
Ay ay ay ay ay ay, All those tears I cry ay ay ay ay ay
All those tears I cry oh oh oh oh ay, Baby please don't go."

Num rio nunca vemos a mesma água duas vezes.

Tem o seu quê de porreiro.