Há poetas e há sonhos. As histórias de paixões e corações que nunca existiram, ou nunca se souberam encontrar, rebolam no meio do que fica impresso. A polissemia do sentimento é sempre demasiado concreta, que o que se diz raramente é o que se quer dizer. E os versos são apenas frases que esperam tão somente pelo seu ponto final. O excesso de tempo e de espaço em cada palavra escorre pelos livros embaraçados na prateleira. São coordenadas para o sentimento que se quer, mas nunca se consegue, problematizar.
Descomplexar.
Desconstruir.
Desesperar.
Desistir.
Desenvolver aquele ritmo sistematizado de quem não sabe o que há de escrever. Esticam-se as possibilidades, aumentando o tamanho das folhas. Está na hora do banho. As bolhas de sabão estatelam-se nos azulejos da casa de banho. Cerâmica barata dos dias em que chegava aquela meia dúzia de estrofes mal vestidas. Mais dez minutos de revolução, por favor. Engoli o resto de saudade aleatória que se desenhava à minha volta, feita promessa de desgosto e solidão. Nada é estático se só existe caos. A dinâmica do ser define-se pelo movimento da matéria. E amam-se as almas como se desejam os corpos.
4 comentários:
Terrivelmente bonito *
Stunned!
Gostei :)
havia um tipo amarelo no nemo BOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHAS!.................
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