terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Problematizações...

     Há poetas e há sonhos. As histórias de paixões e corações que nunca existiram, ou nunca se souberam encontrar, rebolam no meio do que fica impresso. A polissemia do sentimento é sempre demasiado concreta, que o que se diz raramente é o que se quer dizer. E os versos são apenas frases que esperam tão somente pelo seu ponto final. O excesso de tempo e de espaço em cada palavra escorre pelos livros embaraçados na prateleira. São coordenadas para o sentimento que se quer, mas nunca se consegue, problematizar. 
     Descomplexar. 
     Desconstruir. 
     Desesperar. 
     Desistir.
    Desenvolver aquele ritmo sistematizado de quem não sabe o que há de escrever. Esticam-se as possibilidades, aumentando o tamanho das folhas. Está na hora do banho. As bolhas de sabão estatelam-se nos azulejos da casa de banho. Cerâmica barata dos dias em que chegava aquela meia dúzia de estrofes mal vestidas. Mais dez minutos de revolução, por favor. Engoli o resto de saudade aleatória que se desenhava à minha volta, feita promessa de desgosto e solidão. Nada é estático se só existe caos. A dinâmica do ser define-se pelo movimento da matéria. E amam-se as almas como se desejam os corpos.

4 comentários:

Maria disse...

Terrivelmente bonito *

Anónimo disse...

Stunned!

Inês disse...

Gostei :)

Skizo disse...

havia um tipo amarelo no nemo BOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHASBOLHAS!.................