domingo, 20 de setembro de 2009

Reconhecimento

Tenho poemas cheios de ti nos meus cadernos, mas não sei se te consigo dizer. Existes a tropeçar nas esquinas dos meus dias sem nunca fazeres barulho. Não há som em ti que não seja um qualquer ressonar matinal. Juro que tirei os tampões dos ouvidos, só para sentir um pedaço da tua voz, mas acho que o stock esgotou. E eu vim só por tua causa. Se bem que, para ti, me mantenho matéria invisível, feita confusão eterna.

Nunca te soube entender. Para ti o mundo sempre foi uma convulsão indeterminada da parvoíce dos outros. E tu não estás para aturar parvoíces. A tua paciência resvala para um compromisso que não queres aceitar. Por favor, define-te. Páginas e páginas em branco no teu diário, porque nunca soubeste escrever o universo que há em ti. Não sabes quem és. Nem sequer se és alguém. Por enquanto, és aquela explosão que nunca aconteceu, porque ninguém estava lá para ver.

E tu precisas que olhem para ti.

4 comentários:

Débora disse...

"Não sabes quem és. Nem sequer se és alguém. Por enquanto, és aquela explosão que nunca aconteceu, porque ninguém estava lá para ver."

Gosto muito. Sobretudo porque também eu me sinto uma explosão que ainda não aconteceu...

Marta disse...

será que chego a explodir?

T. disse...

loved it*

Skizo disse...

eu ás vezes apetece-me salada com milho. depois ponho um pouco de atum e fico indignado.