Mostrar mensagens com a etiqueta sara. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sara. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 6 de julho de 2009

1 semana depois...

...fui passar o fim-de-semana a Portugal, só mesmo porque a Sara é uma chata e queria pastéis de nata a sério. Até porque ela é lá do norte e não sabe o que é um pastel de nata a sério, convém educar-lhe o paladar. Cheguei a Lisboa pelas 18h30 (gosto tanto de atrasos nos vôos) com a mamã e o Pedro à espera no aeroporto. Pela primeira vez, vi a cidade de cima. Continua bonita, cheia de sol e encostada ao rio. Encontrei a Ponte, o Castelo, a faculdade, o Campo Pequeno... Os sítios de sempre, na cidade que continua a ser dona do meu coração.

Na verdade, fui a Portugal para andar de vestido, salto alto e cabelo arranjado, fazer parte de uma daquelas celebrações de amores que se querem eternos. Mas ele não sabia que eu ia, o que deu muito mais piada à coisa. Enganei ligeiramente a saudade acumulada, mesmo que tenha sido já na recta final. E soube tão bem.

Nos entretantos, amanhã vou pôr a Sara na mochila e vamos as duas para Londres e 5ªfeira para Itália. Passear e ter descanso depois de um semestre cheio de trabalho. Ver as Martas e a Maria Joana assim de fugida, e preparar-me para voltar àquela que é realmente a minha casa. Faltam 2 semanas para o regresso definitivo, vou sprintar até ao fim. Oh YEAH!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Erasmus Soulmate

A Sara é portuguesa e também mora com uma chinesa.
Vem de Braga e traz sotaque do Norte. 
Não é de grandes meninices nem outras mariquices. 
Estuda Línguas Aplicadas, sem coisas culturais associadas.
Trouxe-me arroz Cigala, rissóis e pastéis de bacalhau quando foi a casa.
Foi-me buscar à estação de comboio quando voltei de casa.
Foi comigo à feira e deu-me um SpongeBob!
Parva! Em vez do magnífico carro de corrida, ganhou um peluche, de nome Pilinhas.
Foi jantar fora comigo ao Sr. Miguel.
A Sara é a menina de conversas a fio sobre namoros que sobrevivem graças à internet.
Ela percebe a angústia de frases que soam a "despacha" e afins.
Também tem saudades de comer peixe fresco.
É viciada em café.
É doida: está a fazer ainda mais uma cadeira que eu (9 no total).
A Sara ajuda-me quando não percebo alemão e corrige os meus trabalhos.
Vai comigo às compras quando preciso e mostra-me iogurtes de chocolate bons.
Gosta das mesma roupa que eu, mas em cores diferentes.
Também lhe apetece chorar com os preços alemães de vez em quando.
Andou na Roda Gigante comigo.
Ouve as mesmas coisas que eu e partilha paixões musicais de adolescência.
Está sempre a refilar comigo porque não ando sempre de máquina fotográfica atrás.
Vai ter comigo depois das aulas.
Sabe dançar como deve ser.
Goza comigo quando estou a precisar.
Diz coisas como "estrujido" em vez de "refogado", "pelei-me" em vez de "queimei-me" ou "sapatilhas" em vez de "ténis".
Vai comigo passear a Londres e Itália.

A Sara é fixe.
Gosto da Sara.
E é só isso.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Portugal

Aviso prévio: este post é grande e, provavelmente, desinteressante, pelo que não é aconselhado a pessoas com sonolência aguda ou nível de cansaço extremo.

Fui a Portugal em contra-relógio. 3 dias e meio e 4 noites para matar saudades. Ver a família (espalhada entre os dois lados dos Tejo, entre lados opostos da periferia de Lisboa, perdida algures na costa alentejana), ver os amigos (faculdade, Técnico). E, claro, aproveitar cada momento com o meu respectivo.

Cheguei a Faro a pensar no autocarro que ainda faltava apanhar para a minha Lisboa. Mochila às costas. Ir ao multibanco. Seguir caminho para dentro da cidade. Ou não. 9h15. Quando olhei, ela estava ali à minha frente, de abraço e sorriso preparados para me receber como se eu nunca tivesse ido para longe. Ela que não me podia ir buscar porque tinha uma aula importantíssima. Ela, a Inês, a melhor amiga do mundo. 

Voltar para cima, «As placas estão em português!», pôr a conversa em dia, mimos, sorrisos, beijinhos, parar na avó, música basof no carro, somos de Massamá, gargalhadas, portagens, 120 km/h, sentidos proibidos em Lisboa, Praça de Espanha, Campo Pequeno, abraço.
Obrigada.

Correr até Entrecampos. Ele estava lá à minha espera. Estou em casa. Sou a trapalhona de sempre, carteira esquecida no carro dela. Ir à faculdade. Tudo na mesma... Os sorrisos, os abraços, as vozes, as palhaçadas, a cumplicidade e a vontade de estarmos juntos. Tenho os melhores amigos do mundo! O meu Afilhado deu-me a t-shirt que lhe andava a namorar desde as praxes e daqueles abraços que não se esquecem. Clichés à parte, "longe mas sempre perto". Ir buscar a carteira, para visitar a primeira leva de família. Mãe, manos, tia, primos. Crianças irrequietas e adoravelmente endiabradas. Gosto de te ver brincar com eles. Não gosto de saber que eles crescem enquanto estou tão longe.

Quinta-feira. Acordar o mano maior, levar o pequeno à escola. Técnico, Rádio Zero. Esperar por quem disse que me queria ver e não chegou a aparecer. Mas os de sempre nunca falham, mesmo quando chegam atrasados. Segunda leva de família. A bisavó não se esqueceu de mim e perguntou logo se eu já estava de volta (101 anos!). Descobrir o passado e matar as saudades à pressa. Ir a casa trocar de roupa. Era capaz de jurar que a casa era de outro tamanho da última vez que lá estive. Terceira leva de família: pai, Maria, pseudo-irmã, prima. Português atrapalhado e gargalhadas à mesa. Gosto que estejas sempre ao meu lado. Espectáculo do Luís. O puto está a ficar crescido. Orgulho!

Voltar para uma casa que não é a minha, mas que me viu crescer nos últimos meses antes de vir. Afeiçoamo-nos a quem vive connosco, mesmo que não seja sempre. O meu espaço na cama ainda existe e continua a ser meu, como a almofada onde adormeci. Acordar com o teu despertador às 6h30 (disso não tinha saudades, pá!), e acordar depois em cima da hora. Tomar banho à pressa, lavar os dentes em conjunto. Pequeno-almoço. Come isso, pá! Vá, despacha-te. As brincadeiras e picardias não se perdem com a distância. Última leva de família: avós e tios, Melides. Robalo para o almoço - sou uma mimada! Sei que tenho a melhor família do mundo. 

Ir para o Algarve. E ser só tua no pouco tempo que restava. Sou feliz contigo.

Domingo de manhã. Levantar ainda antes da 6h. Não consigo dormir. Não quero ir embora. Gosto tanto de ti. Fazer a mala. Se eu não tivesse já pago os bilhetes... Mesmo de partida, tomas conta de mim: sandes na mochila. Aeroporto. Beijo. Abraço. As palavras que nunca chegam e o tempo que passa a correr. Ir embora. Até já...

Viagem interminável com direito a manifestação surpresa em Frankfurt: atrasos no comboio e mudanças de estação imprevistas. Cheguei a Leipzig com a Sara à minha espera e senti-me em casa, outra vez. Que mesmo na Alemanha, Portugal é a minha casa.